Ao decidir reformular o trabalho e contratar um novo treinador na virada do ano, o Flamengo assumiu riscos. Sabia que teria em menos de dois meses a decisão da Supercopa e o Mundial de Clubes, que começa daqui a uma semana com a equipe ainda em busca de uma série de ajustes por parte de Vítor Pereira.
O primeiro jogo será no dia 7 de fevereiro, às 16h (de Brasília). O time carioca irá enfrentar na semifinal o vencedor do duelo entre Wydad Casablanca e Al Hilal, na cidade de Tânger, no Marrocos. Antes, terá o Boavista, pela Taça Guanabara, nesta quarta-feira, com time misto outra vez.
1 – O que fazer sem João Gomes
A primeira pergunta feita por torcedores após o Flamengo acertar a venda de João Gomes era se Gerson conseguiria repor a saída do jovem do ponto de vista defensivo. As primeiras partidas, sobretudo a diante do Palmeiras, indicam que não. Por isso, Pereira vai precisar definir se o Coringa vai ter essa obrigação nas transições para ataque e defesa, ou se volta às soluções do Flamengo de Dorival Jr. Com João Gomes ao lado de Thiago Maia, o setor ofensivo se aproximava para combinar jogadas e procurava ficar com a bola para não precisar se desgastar tanto na marcação. Hoje, o elenco não tem um jogador exatamente com essa característica. Quem mais se aproxima é Pulgar. A diretoria sondou novamente Walace, da Udinese, mas os italianos não querem vender nesta janela.
2 – Quarteto ofensivo
O funcionamento do ataque com Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Gabi e Pedro em 2022 se deu por uma série de fatores que até o momento não se repetiram. Pensar na manutenção dessa formação, que do ponto de vista técnico é a melhor possível para o Flamengo, requer que os quatro tenham, se não for a bola no pé, um posicionamento para evitar um jogo de “trocação”, de muita correria. O cenário se viu em algumas partidas, e apesar dos bons momentos, quando ele acontece tudo estoura na defesa. O Flamengo esteve menos vulnerável quando saída para jogar a partir de seus zagueiros e construía sem tanta verticalidade, com inversões e a preocupação central de não abrir mão da bola. Assim trilhou o caminho das conquistas no ano passado, mas no fim da temporada já dava sinais de menor mobilização e encaixe.