Delegados, policiais civis, escrivães e agentes penitenciários anunciaram uma série de atos, programados para a próxima semana, para cobrar reajuste salarial à categoria que, segundo os representantes sindicais, não acontece há quatro anos. A mobilização se junta a outras categorias que já anunciaram greve a partir do dia 25.
Ente as ações, as delegacias da Polícia Civil podem fechar a noite e nos fins de semana. Além disso, no dia 24 policiais farão uma carreata em Curitiba para entrega simbólica de viaturas com defeito. As ações foram anunciadas por meio de nota conjunta das categorias. Confira:
“A Associação dos Delegados de Polícia do Paraná – ADEPOL-PR, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná – SIDEPOL-PR, o Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná – SINCLAPOL-PR, o Sindicato dos Policiais Civis do Paraná – SINDIPOL-PR, a União da Polícia Civil do Paraná – UPC-PR, o Sindicato dos Peritos Oficiais e Auxiliares do Paraná – SINPOAPAR, A Associação Brasileira de Criminalística – ABC e a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária – ADPJ, tendo em vista o congelamento salarial dos servidores públicos do Paraná, que perdura há 04 (quatro) anos, bem como a omissão do Governador Ratinho Jr. em relação ao tema, uma vez que sequer ouviu os representantes classistas, reuniram-se de forma inédita, nesta data, a fim de deliberar e aprovar medidas conjuntas a serem colocadas em prática objetivando a urgente adimplência do reajuste inflacionário acumulado no período (data-base).
Salienta-se que a correção inflacionária da remuneração dos servidores não se confunde com privilégio. Pelo contrário. Trata-se de um direito constitucionalmente amparado para compensar o fenômeno econômico da inflação, que corrói o poder aquisitivo, fato este que também incide sobre o trabalhador do serviço público, motivo pelo qual deve-se resguardar seus direitos.
As entidades representativas de cada classe e dos servidores policiais de modo geral, no que tange à possível não atendimento ao pleito aqui apresentado, decidem:
- a) Que os Policiais Civis e Científicos farão apenas o releasing para a imprensa das operações policiais;
- b) Realizar entregas simbólicas de viaturas por meio de carreata, a ser realizada às 13:00 horas do dia 24/06/2019;
- c) Obedecer a carga horária laboral constitucional de 40 (quarenta) horas semanais;
- d) Obedecer estritamente as normas de segurança policial, inclusive em relação à célula mínima de 02 (dois) policiais civis por diligências e escoltas de presos;
- e) Não trabalhar com equipamento vencido ou defeituoso;
- f) Apoiar e participação junto às manifestações acerca de greve;
- g) Divulgar o movimento em faixas;
- h) Exigir que o governo estabeleça requalificação a todos os Policiais Civis;
- i) Cientificar a sociedade, através dos meios necessários, acerca da crise de recursos humanos na Polícia Civil e na Polícia Científica.
- j) Divulgar na imprensa que outras instituições estão recebendo a data-base;
- k) Mostrar à sociedade que atualmente os policiais civis e científicos estão apenas recebendo 83% do salário, quando é levado em consideração a remuneração anual;
A ADEPOL-PR, o SIDEPOL-PR, o SINCLAPOL-PR, o SINDIPOL-PR, a UPC-PR, o SINPOAPAR, a ABC e a ADPJ, seguem à disposição de seus associados e filiados, na defesa intransigente de vossas prerrogativas.”
GOVERNO
O governador Carlos Massa Ratinho Junior disse que não vai reajustar o salário do funcionalismo público, mesmo com o anúncio de greve para a próxima semana. De acordo com o governador, o estado não tem condições financeiras no momento. As categorias cobram reajuste de 4,98%, que corresponde à inflação do período.
A declaração foi dada durante entrevista coletiva, concedida em Londrina, onde Ratinho participou da abertura do PARAJAP’s. Para o governador, só é possível reajustar o salário caso houver aumento de impostos. “Vamos falar com a população, se elas (sic) querem que aumente impostos para dar reajuste para servidor” ironizou o governador.
Segundo o governador, caso fosse fazer a reposição cobrada pelos servidores, o estado gastaria 1 bilhão de reais. “Não existe arrecadação de 1 bilhão de reais, o país está em crise, se você me perguntar como político, eu gostaria de fazer média com o servidor, mas como governador eu tenho que ser responsável” declarou.
A FES (Fórum de Entidades Sindicais do Paraná) anunciou paralisação para iniciar a partir do dia 25 de junho. Entre as categorias que confirmaram paralisação estão, funcionários da educação, agentes penitenciários, entre outras.
A Polícia Civil anunciou que poderá fechar as delegacias mais cedo na próxima semana, além de realizar um ato simbólico em Curitiba de entrega de viaturas com defeito por meio de uma carreata.